Câncer do Colo do Útero
- O que é?
- Tratamentos
- Sintomas
- Fatores de Risco
O câncer de colo uterino é um tumor que acomete a porção inferior do útero, chamada colo ou cérvix. Esse câncer é muito comum no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer de 2016, o câncer de colo uterino ocupa o terceiro lugar em incidência no país, atrás dos cânceres de mama e intestino.
O tratamento do câncer de colo de útero depende do estágio em que a doença é diagnosticada e do desejo da paciente de ter filhos, quanto mais precoce for o diagnóstico, maior a chance de cura. Nos casos muito iniciais, em que a doença ainda não é invasiva (NIC III), deve-se realizar uma conização (retirada parcial do colo do útero) ou uma histerectomia não radical (simples) para casos selecionados.
O que é Conização?
A conização é uma cirurgia em que se retira parcialmente o colo uterino, a peça cirúrgica tem o formato de um cone invertido, o que dá nome à cirurgia. Esse procedimento pode ser realizado de três maneiras diferentes:
Com bisturi tradicional: indicada para pacientes sem desejo reprodutivo, em idade mais avançada ou com lesões na parte mais interna do colo (canal cervical).
Com cirurgia de alta frequência (CAF): indicada para pacientes jovens com lesões na parte mais externa do colo do útero.
Com laser: menos comum devido ao seu alto custo, pode ser empregado em quase todas as situações.
Nos casos iniciais, porém já invasivos, o tratamento de eleição é a histerectomia radical. Para pacientes com tumores menores que 2 cm e com desejo reprodutivo, é possível realizar uma cirurgia chamada traquelectomia radical.
O que é Histerectomia Radical?
A histerectomia é a retirada do útero. Em casos de câncer de colo do útero, essa histerectomia deve incluir os tecidos ao redor do útero (paramétrios e manguito vaginal) e, por isso, é chamada de histerectomia radical, a finalidade é obter margens livres de tumor, ou seja, garantir que existam tecidos sadios ao redor do tumor para evitar recidivas posteriormente. A retirada dos ovários não é obrigatória para pacientes com câncer de colo do útero; na maioria dos casos, eles podem ser preservados.
À histerectomia radical associa-se a retirada dos linfonodos pélvicos (linfadenectomia), pois em até 30% dos casos pode haver disseminação do tumor para esses linfonodos, existe também a possibilidade de realizar a pesquisa do linfonodo sentinela, essa técnica, que ainda não é padrão para o câncer de colo do útero, envolve identificar o primeiro linfonodo a receber a drenagem linfática do útero, se o linfonodo sentinela estiver negativo para comprometimento, é provável que os outros linfonodos pélvicos também estejam livres.
A melhor maneira de realizar essa cirurgia é por via robótica ou laparoscópica.
O que é Traquelectomia Radical?
A traquelectomia radical consiste na retirada do colo do útero, incluindo os tecidos ao redor (paramétrios e manguito vaginal), e por isso é chamada de radical. Ao final do procedimento, é realizada uma cerclagem uterina (ponto ao redor do colo residual) para reduzir os riscos de trabalho de parto prematuro e incompetência istmo-cervical. À traquelectomia radical associa-se a retirada dos linfonodos pélvicos (linfadenectomia), pois em até 30% dos casos pode haver disseminação do tumor para esses linfonodos.
Existe também a possibilidade de realizar a pesquisa do linfonodo sentinela, essa técnica, que ainda não é padrão para o câncer de colo do útero, envolve identificar o primeiro linfonodo a receber a drenagem linfática do útero, se o linfonodo sentinela estiver negativo para comprometimento, é provável que os outros linfonodos pélvicos também estejam livres.
A melhor maneira de realizar essa cirurgia é por via robótica ou laparoscópica, associadas ou não à via vaginal.
Em casos onde o tumor já está muito grande ou invade os tecidos ao redor do colo do útero, o tratamento mais adequado é a radioterapia com quimiosensibilização, em alguns casos, pode-se optar por realizar uma linfadenectomia estadiadora para remover possíveis linfonodos comprometidos e ajustar o campo da radioterapia.
O que é Radioterapia com Quimiosensibilização?
A Radioterapia com Quimiosensibilização é o tratamento padrão para O câncer de colo uterino avançado. A radioterapia é um tipo de radiação, emitida por um aparelho que, a direciona para a região afetada. Essa ondas de radiação são capazes de destruir o tumor. A radioterapia é em geral dividida em frações diárias durante cerca de 4 semanas. Essas sessões são geralmente curtas (menos de 30 minutos) e O paciente não precisa ficar internado, o tratamento é ambulatorial. Na fase inicial do tratamento as ondas de radioterapia são aplicadas por uma aparelho que não tem contato com O paciente diretamente (Teleterapia). Depois da teleterapia é recomendado em geral um segundo tipo de radioterapia , que consiste da aplicação de radioterapia diretamente no colo do útero. ( Braquiterapia) Esta em geral é dividida em 4 sessões tambem, ambulatoriais.
Na década de 80 muitos estudos mostraram que, a adição de quimioterapia (medicamento aplicado na veia para tratamento da câncer) especialmente com cisplatina levam à um melhor resultado aumentando as chances de cura. A partir de então se tornou um padrão aplicar semanalmente uma dose de cisalpina durante o tratamento radioterápico.
Mulheres com lesões pré-invasivas ou com câncer de colo do útero em estágio inicial geralmente não apresentam sintomas, por isso é muito importante a visita rotineira ao ginecologista. Os sintomas muitas vezes não começam até que a doença se torne invasiva e acometa tecidos próximos, quando isso acontece os sintomas mais comuns são:
- Sangramento vaginal anormal.
- Sangramento menstrual mais longo que O habitual.
- Secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue.
- Sangramento após a menopausa.
- Sangramento após a relação sexual.
- Dor durante a relação sexual.
O principal causador do câncer de colo uterino é o vírus do HPV. Existem mais de 50 tipos diferentes de HPV, que são classicamente divididos em dois grupos: oncogênicos e não oncogênicos, os tipos oncogênicos têm maior risco de desenvolver câncer, sendo os principais os tipos 16 e 18.
Quase todas as pessoas com vida sexual ativa acabarão entrando em contato com o HPV, no entanto, apenas uma minoria das mulheres desenvolverá câncer, somente mulheres com predisposição, provavelmente genética, associada a outros fatores de risco, é que têm maior chance de desenvolver o tumor.
Portanto, não entre em pânico se um dos seus exames detectar a presença do HPV, nesses casos, é necessário fazer um acompanhamento preventivo, e é muito provável que você não desenvolva câncer invasivo, além disso, quando diagnosticado em fases iniciais, o câncer de colo uterino é curado em quase 100% das vezes. Alguns fatores de risco são classicamente descritos e devem ser evitados na medida do possível.
Início sexual precoce: mulheres que iniciam a vida sexual muito jovens apresentam maior risco de exposição ao HPV. Além disso, acredita-se que a imunidade das mulheres muito jovens (adolescentes) pode não lidar tão bem com o HPV, aumentando o risco de desenvolvimento do tumor.
Multiplicidade de parceiros sexuais: há risco de infecções múltiplas por HPVs diferentes, bem como outros agentes infecciosos que podem interferir na resposta imunológica.
Fumo: o tabaco é um dos fator mais importantes que leva o sistema imune á não eliminar o HPV aumentando o risco do câncer.
Imunossupressão: doenças que interferem no sistema imunológico, como o HIV, diabetes, uso de corticóides, transplantes de órgãos, doenças reumáticas aumentam o risco do câncer.
Uso de contraceptivos hormonais: este é um fator ainda controverso e pode estar relacionado ao comportamento da mulher e não diretamente ao efeito dos hormônios. De qualquer forma, parece que o uso prolongado e em altas doses, por mais de 5 anos, pode aumentar o risco de surgimento do câncer, segundo alguns estudos.