Neoplasia Intraepitelial Cervical
- O que é?
- Tratamentos
- Sintomas
- Causas
A neoplasia intraepitelial cervical (NIC) é uma lesão precursora do câncer de colo do útero, ela é dividida de acordo com a sua gravidade em NIC I, NIC II e NIC III. As NICs correspondem à fase não invasiva do câncer cervical.
A grande maioria das lesões NIC I acaba por se resolver espontaneamente em até 2 anos, sem necessidade de tratamento, a própria imunidade da paciente é capaz de combater o HPV e curar a lesão.
Uma minoria das pacientes evolui para NIC II e III, por isso, recomendamos o acompanhamento periódico das pacientes com NIC I até que a lesão se resolva. Caso não haja resolução espontânea ou ocorra progressão para NIC II ou III, indicamos a conização ou outros procedimentos ablativos, como a aplicação de laser.
As NIC II e III possuem maior chance de evoluir para o câncer invasivo do colo do útero e, por isso, demandam tratamento com conização.
Excepcionalmente, em pacientes muito jovens com NIC II, podemos realizar acompanhamento rigoroso, pois há chance de regressão espontânea.
NIC I: Acompanhamento.
NIC II e III: Conização ou histerectomia simples.
Para NIC III, deve-se realizar conização (retirada parcial do colo do útero) ou histerectomia não radical (simples) para casos selecionados.
O que é Conização?
A conização é uma cirurgia em que se retira parcialmente o colo uterino. A peça cirúrgica tem o formato de um cone invertido, o que dá nome ao procedimento.
Esse procedimento pode ser realizado de três maneiras diferentes:
- Com bisturi tradicional: indicado para pacientes sem desejo reprodutivo, em idade mais avançada, ou que tenham lesões na parte mais interna do colo (canal cervical).
- Com cirurgia de alta frequência (CAF): indicada para pacientes jovens com lesões na parte mais externa do colo do útero.
- Com laser: menos comum devido ao seu alto custo, mas pode ser empregado em quase todas as situações.
A neoplasia intraepitelial cervical (NIC) não gera sintomas específicos e só pode ser detectada por meio do exame ginecológico de rotina. O controle ginecológico periódico é de suma importância, pois permite ao médico detectar e remover essas alterações numa fase pré-cancerosa. O exame diagnóstico, chamado Papanicolaou, é rotineiro nas consultas ginecológicas, extremamente simples e pode ser complementado, se houver necessidade, com outros exames, como pesquisa de HPV e colposcopia, por exemplo.
O principal causador das NICs é o vírus do HPV. Existem mais de 50 tipos diferentes de HPV, que são classicamente divididos em dois grupos: oncogênicos e não oncogênicos. Os tipos oncogênicos apresentam maior risco de desenvolvimento de câncer, sendo os principais o HPV 16 e o HPV 18.
Quase todas as pessoas que têm vida sexual ativa acabarão por ter contato com o HPV, no entanto, apenas uma minoria das mulheres desenvolverá câncer. Somente mulheres com predisposição, provavelmente genética, associada a outros fatores de risco é que terão maior probabilidade de desenvolver o tumor.
Portanto, não entre em pânico se um de seus exames detectar a presença do HPV, nesses casos, é necessário fazer um acompanhamento preventivo, e muito provavelmente você não desenvolverá câncer invasivo, além disso, quando o câncer de colo do útero é diagnosticado em fases iniciais, ele é curado em quase 100% dos casos.
Alguns fatores são classicamente descritos como fatores de risco e devem ser evitados na medida do possível.
- Início sexual precoce: mulheres que iniciam a vida sexual muito jovens apresentam maior risco de exposição ao HPV, além disso, acredita-se que a imunidade das mulheres muito jovens (adolescentes) pode lidar de forma menos eficaz com o HPV, aumentando o risco de desenvolvimento do tumor.
- Multiplicidade de parceiros sexuais: há risco de infecções por diferentes tipos de HPV, bem como por outros agentes infecciosos, que podem interferir na resposta imunológica.
- Fumo: o tabaco é um dos fatores mais importantes que prejudica o sistema imunológico, dificultando a eliminação do HPV e aumentando o risco de câncer.
- Imunossupressão: doenças que interferem no sistema imunológico, como HIV, diabetes, uso de corticóides, transplantes de órgãos e doenças reumáticas, aumentam o risco de câncer.
- Uso de contraceptivos hormonais: este é um fator ainda controverso, podendo ter relação com o comportamento da mulher e não diretamente com o efeito dos hormônios de qualquer forma, parece que, quando usados em altas doses e por longos períodos, acima de 5 anos, há um aumento do risco de surgimento do câncer, segundo alguns estudos.